terça-feira, 17 de maio de 2011

Gay, a divorciada do sec XXI. Ou seria o negro do sec. XXI. Ou seria ...


No final de semana dos dias das mães, viajei para minha cidade natal - interior do estado - e me surpreendi com que ouvi. Entre conversas, surgiu a discussão sobre a recém aprovada lei de união entre casais homoafetivos e a possibilidade de adoção por estes.

Até esperava ouvir de meus pais, ou dos outros familiares mais velhos algum tipo de preconceito com relação a esse assunto, mas minha irmã, mais nova me deixou boquiaberto.

Foi usado de todo argumento para fundamentar as opiniões, ou seria melhor, suas certezas.

Na conversa, depois de um tempo, parei de argumentar apenas fiquei observando e em meus pensamentos voltei uns 60, 70, 150 anos na história e me vi como o filho subversivo, perdido, afastado dos conceitos morais, que defendia o direito ao divórcio pelas mulheres, ou a abolição dos escravos. Vivi uma parte da história que até então só tinha visto em filme ou em livros.

Impressionante como as palavras são as mesmas. Frases como:

"Eu não fico no mesmo ambiente, pois me sinto mal" (referindo se a um casal homossexual se beijando). Alguém já ouviu essa frase com relação a mulher separada ou a negro ?

"Uma criança não pode ser obrigada a conviver com esse tipo de gente" (referindo se a adoção)

"Não tem moral."

"Está na bíblia."

Impressionante, é que quando falo em outro tipo de discriminação, como já os citados, ninguém tem a menor dúvida de que o a população da época era ignorante, uma civilização mais atrasada. Parece que a certeza é tão grande que impede o cérebro de compreender o que se está sendo dito. Afinal negro não ter moral, é preconceito; mulher separada não ter moral, é um atraso de pensamento; gay não ter moral, isso é verdade. Escravidão ser justificada pela bíblia, é erro de interpretação; a separação não ser permitida, ... sei lá a justificativa; mas viadagem não pode e ponto.

Outra coisa impressionate de se observar e que nós sempre sabemos mais que os profissionais, deveríamos dar aula nas universidades, pois bichisse é doença e o médico que diz o oposto não sabe o que está falando. Um casal do mesmo sexo, assim como uma divorciada ou um negro trará má influência para as crianças, não é possível que uma pessoa passe anos em uma faculdade de psicologia e não aprenda isso. A criança estará melhor em um orfanato.

Para finalizar, deixo um vídeo do Rappa.
Com a música O homem vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta